No relatório "O Desenvolvimento do BRICS: Riscos e Oportunidades para o Brasil no Novo Contexto Geopolítico", primeiro da série Soberania Nacional, o cientista político Osmar Bernardes Júnior oferece uma análise detalhada da evolução do bloco BRICS e de seu impacto no Brasil. Inicialmente criado como um fórum de economias emergentes com ênfase econômica, o BRICS transformou-se ao longo dos anos em um instrumento geopolítico, onde a crescente influência da China começa a prevalecer, moldando as direções políticas e econômicas do grupo.
A expansão recente do BRICS, com a entrada de novos membros como Irã, Arábia Saudita e Argentina, evidencia a tentativa do bloco de se tornar um contrapeso à ordem internacional liderada pelo Ocidente. No entanto, o grupo, ao se tornar mais diversificado, também se vê sendo conduzido pela agenda expansionista e de crescente hegemonia da China, que já é o maior impulsionador econômico dentro do BRICS e exerce uma influência política crescente sobre os outros membros.
Este relatório avalia a dinâmica interna do BRICS e como o Brasil, ao se alinhar com este bloco, se vê diante de uma difícil posição estratégica. A China, com seu crescente poderio econômico e militar, não só domina as decisões financeiras dentro do bloco, como também impõe uma agenda que não necessariamente reflete os interesses do Brasil. Com a criação do BRICS+, o bloco se distancia ainda mais da ideia inicial de uma plataforma puramente econômica, passando a se configurar como um instrumento de contestação ao sistema internacional liderado pelos EUA e Europa, onde os interesses de Washington e as potências ocidentais frequentemente entram em conflito com os posicionamentos da China.
A partir da análise da Declaração Final da XVI Cúpula do BRICS, este estudo busca identificar como a agenda chinesa está moldando o futuro do grupo, quais os riscos que o Brasil pode enfrentar ao se alinhar a uma China cada vez mais assertiva e como o país pode aproveitar as oportunidades sem perder sua autonomia política e econômica no cenário global.